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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Style EMO¨


As meninas dão um toque infantil à indumentária punk: um lacinho no cabelo, um colar de bolinhas, uma baby-look da Hello Kitty. Os meninos não dispensam o cinto de rebite, a camiseta PP e a franjinha caída sobre um dos olhos. Em comum, a predileção por estampas quadriculadas e, principalmente, o gosto por rock pesado, mas com letras românticas.

Você provavelmente já avistou um grupo assim em meio à multidão que lota o Multiplex Iguatemi às quartas-feiras. Eles são os emos.

O termo surgiu a partir de emotional hardcore, vertente do rock que despontou nos anos 80, em Washington D. C.. Atualmente, as bandas internacionais mais queridas pelos emos são Simple Plan, My Chemical Romance e Good Charlotte. No Brasil, Hateen, NxZero, Fresno e CPM 22 estão entre as prediletas.

Tolerância – Essa tribo que invadiu as capitais do País tem um jeito sensível de ser roqueiro. Afetuosos, eles se cumprimentam com abraços demorados e trocam elogios e carícias. Pregam tolerância à diversidade sexual. Vão às lágrimas ao ouvir suas canções favoritas e criaram termos próprios como "marida", "senhorito" e "miguxo".

Esses anjinhos roqueiros desafiam o estereótipo do fã de rock como rebelde e agressivo. "Para alguns, pintar o cabelo é ser uma pessoa rebelde. E eu não me considero rebelde, de jeito nenhum", afirma Marina Rodriguez, 14, mais conhecida como Mari Mell, e dona de uma cabeleira azul.

É esse jeito bem-comportado de ser roqueiro que desagrada aos fãs de outros subgêneros do rock. No YouTube, há uma porção de vídeos que mostram emos sendo espancados, e no Orkut pululam comunidades de ódio aos fofuxos. A versão brasileira da revista Mad também satirizou a tribo em sua edição de outubro, convidando o leitor a participar do teste "Voxê é um emo?" Um dos resultados diz: "Oiiiiiiii miguxooo voxê é emuuu! Qui linduuu! Palabéns! Podi xolar di aleglia!"

Talvez por causa do preconceito, muita gente está fugindo do rótulo "emo". Mari Mell, por exemplo, usa cílios postiços, meias listradas e ouve bandas como My Chemical Romance, mas mesmo assim não se considera emo: "Tenho o meu próprio estilo", garante.

Entre as bandas, o termo "emo" também gera alguma controvérsia. Rodrigo Koala, vocalista do Hateen, banda revelação no último VMB, afirma que tem uma definição de emo diferente da atual. "Acho que somos mais puristas do estilo, sabe, com influências das bandas emos dos anos 90".

Emofobia – Nem tudo o que parece emo é emo. Entre os freqüentadores do shopping Iguatemi, há os adeptos do gótico, do electropunk e do sexy core, entre outros estilos. Alguns são abertamente emofóbicos. "O pessoal do black metal fica olhando feio pra gente", reclama a "ema" Indiara Gomes, 16. "Por isso é que agora o mandamento número 1 dos emos é não se assumir como emo".


A difícil vida de um emo na Bahia

Em Salvador, cidade praieira de morenas brejeiras, ter um visual urbano e diferente ainda é complicado. "No meu colégio, as pessoas criticam demais, falam pelos corredores", afirma Mari Mell. E ela reclama que as opções de lazer também são poucas. "Geralmente, eu vou ao Attrito Rock Fest, ao shopping em dia de quarta, World Bar, e às vezes vou às raves que rolam".

Em Salvador os emos contam com alguns shows de bandas locais do estilo, como Hard Call, The Losers e Throw Up. No mês passado, o Fresno tocou na cidade. E quando não há realmente nada para fazer, resta sempre a opção de passear no terceiro piso do Shopping Iguatemi, que já ganhou a alcunha de "Iguate-emo" por ser o principal ponto de encontro da tribo.

Já no interior, os emos estão desamparados. Thiago Oliveira, 16, mora em Feira de Santana e não tem muitos lugares onde exibir o visual caprichado. Pior, ainda precisa lidar com o estranhamento de alguns feirenses. "As pessoas não estão acostumadas. Elas olham estranho, algumas até xingam. Muita gente pensa que emo é gay".

Chuva – Outra dificuldade vencida diariamente pelos emos é a manutenção do visual, minuciosamente elaborado. Shows em locais abertos são um risco: há muitos emos que não se entendem com a chuva, por causa da chapinha que mantém as franjas escorridas.

Ícaro Vieira, 17, tem um corte de cabelo inspirado no da atriz Charlize Theron no filme Aeon Flux e não reclama do trabalho de manter os fios escorridos: "É só botar na touquinha do nero. Meia hora para um lado e meia hora para o outro. E se mesmo assim as pontas insistirem em se rebelar, basta passar a chapinha", revela. Mas, e se começar a chover? "Boné!", responde sem hesita

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